Após a
aprovação do Plano de Educação, muito ainda precisa ser feito para que suas
metas e estratégias virem realidade nos próximos dez anos. Tanto para o
professor da FEUSP, Rubens de Camargo, quanto para a vice-presidenta da Undime,
Manuelina Martins, é necessário estabelecer um acompanhamento anual do que está
previsto no PME.
“Os
municípios que fizeram seus Planos possuem um diagnóstico da educação na cidade
e podem fazer um acompanhamento anual
de como está à oferta na formação dos professores, no atendimento do ensino em
tempo integral, no ensino fundamental, na Educação de Jovens e Adultos e na
alfabetização, vendo se essas metas estão ou não sendo cumpridas”, exemplifica
Manuelina.
Defendendo
a continuidade de um monitoramento sistemático, Rubens destaca a necessidade de
realização de um processo participativo
ao verificar se as metas e estratégias do Plano estão sendo cumpridas. “É preciso
verificar de modo sistemático para que o acompanhamento não fique só na mão de
gestores que podem orientar o Plano como uma política de governo e não como um
Plano de Estado”, alerta o professor.
Para
isso, Rubens sugere que o dia dos professores, comemorado no dia 15 de outubro,
seja utilizado como um momento propício para aferir o que está sendo cumprido
no Plano: “há um trabalho técnico de ver o quanto está sendo efetivamente
cumprido, mas há o lado de uma dinâmica de discussão e de conversas com os
setores interessados para o acompanhamento da tramitação do Plano”.
Fonte: http://www.deolhonosplanos.org.br/veja-quatro-compromissos-que-o-municipio-deve-assumir-apos-a-aprovacao-do-plano-municipal-de-educacao/.
Acesso em 07/06/2016.
Algumas considerações:
Estudar, acompanhar e monitorar metas
educacionais não deve ficar restrito a um pequeno grupo, pois quanto mais
pessoas estiverem envolvidas, maior será a corresponsabilidade por uma educação
de qualidade. Além disso, o PME, como bem alerta o professor Rubens, não é uma
política de governo, mas um plano de Estado.
Com isso, temos seis meses que o plano foi
aprovado e, se pensarmos que o acompanhamento deve ser anual, estamos muito
atrasados!! E não é falta de cobrar, solicitar, conversar! A nosso ver, é falta
de vontade política, considerando aqui o sentido mais amplo da palavra e não os
limites de uma única administração.
Temos muito que avançar em um trabalho
voltado ao diálogo igualitário, à participação
e à política pública que garanta mudança em processo de continuidade e não
mudança em vias de ruptura com retrocesso que, muitas vezes atende a vontade de
poucos e estão ancoradas em proposições e práticas de décadas passadas.
Hoje, enquanto profissionais da educação,
estamos imbuídos de um novo olhar e de uma postura mais crítica e profissional para o que vem a ser, por exemplo, um
processo de formação continuada, uma progressão na carreira por competência e
não por indicação de amigos e parentes, novas formas de pensar a participação nas
diferentes esferas educacionais, ações pautadas em leis e não em acordos, garantia
de vaga, mas sem adaptações de espaços... enfim esses pequenos exemplos, assim
como vários outros são o que realmente traz um novo olhar para a educação comprometida
com o profissionalismo e com as aprendizagens de todos: crianças, jovens, adultos, pais, gestores, professores, funcionários...
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